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Alergia Alimentar




O que é alergia alimentar?

A alergia alimentar é uma reação adversa a um determinado alimento, envolvendo um mecanismo imunológico com apresentação clínica muito variável, com sintomas que podem surgir na pele, no sistema gastrointestinal e respiratório.

As reações podem ser leves, desde uma simples coceira nos lábios, até reações graves que podem comprometer vários órgãos.

A alergia alimentar resulta de uma resposta exagerada do organismo a uma determinada substância presente nos alimentos ou bebidas.

Qual a prevalência da alergia alimentar?

Estima-se que as reações alimentares de causas alérgicas verdadeiras acometam de 6% a 8% das crianças com menos de 3 anos de idade e 2% a 3% dos adultos.

Os indivíduos com outras doenças alérgicas apresentam maior incidência de alergia alimentar?

Pacientes com doenças alérgicas apresentam uma maior incidência de alergia alimentar, sendo encontrada em 38% das crianças com dermatite atópica e em 5% das crianças com quadro de asma.

Quais os fatores envolvidos na alergia alimentar?

Os fatores envolvidos são: predisposição genética, potência antigênica de alguns alimentos e alterações no intestino.

Existem mecanismos de defesa principalmente do trato gastrintestinal que impedem a penetração do alérgeno alimentar e consequente sensibilização.

Estudos indicam que de 50% a 70% dos pacientes com alergia alimentar possuem história familiar de alergia. Se o pai e a mãe apresentam alergia, a probabilidade de terem filhos alérgicos é de 75%.

Quais os alimentos mais frequentemente envolvidos na alergia alimentar?

Qualquer alimento pode desencadear reação alérgica. No entanto, leite de vaca, ovo, soja, trigo, amendoim e castanhas, peixe e crustáceos são os mais envolvidos.

A sensibilização a estes alimentos (formação de anticorpos IgE) depende dos hábitos alimentares da população. O amendoim, os crustáceos, o leite de vaca e as nozes são os alimentos que provocam reações graves (anafiláticas) com maior frequência.

Os alimentos podem provocar reações cruzadas, ou seja, alimentos diferentes podem induzir respostas alérgicas semelhantes no mesmo indivíduo. O paciente alérgico ao camarão pode não tolerar outros crustáceos. Da mesma forma, pacientes alérgicos à castanha de caju têm maior chance de reagir ao pistache.

Quais as principais manifestações clínicas da alergia alimentar?

São mais comuns as reações que envolvem a pele (urticária, inchaço, coceira, eczema) e o aparelho gastrintestinal (diarreia, dor abdominal, vômitos).

Manifestações mais intensas, acometendo vários órgãos simultaneamente como pele e trato respiratório (anafilaxia), também podem ocorrer.

Nas crianças pequenas, pode ocorrer perda de sangue nas fezes, o que pode ocasionar anemia e retardo no crescimento. Sintomas respiratórios (tosse, sibilância e rinite) isolados são extremamente incomuns.

O que é anafilaxia?

É uma reação súbita, grave que impõe socorro imediato por ser potencialmente fatal. A anafilaxia pode ser provocada por medicamentos, venenos de insetos e alimentos.

Na alergia alimentar, o alimento induz a liberação maciça de substâncias químicas que vai determinar um quadro grave de resposta sistêmica associado à coceira generalizada, inchaços, tosse, rouquidão, diarréia, dor na barriga, vômitos, aperto no peito com queda da pressão arterial, arritmias cardíacas e colapso vascular (“choque anafilático”).

Como o médico pode fazer o diagnóstico de alergia alimentar?

O diagnóstico depende de história clínica minuciosa associada a dados de exame físico, que podem ser complementados por testes alérgicos.

Na história clínica, é fundamental que o paciente ou seus pais, no caso das crianças, auxilie fornecendo detalhes sobre os alimentos ingeridos rotineiramente ou eventualmente.

Em algumas situações, é possível correlacionar o surgimento dos sintomas com a ingestão de determinado alimento. Em outras ocasiões, o quadro não é tão evidente, necessitando de história mais detalhada. Isso ocorre principalmente quando as reações ocorrem horas após a ingestão do alérgeno.

A alergia alimentar ocorre mais frequentemente nas crianças pequenas, e o leite de vaca e o ovo são os alimentos mais comuns.

Apesar de muitas vezes incriminado (pelos pais e avós) como causa de alergia alimentar, o chocolate raramente causa alergia. Nestes casos, é preciso pesquisar alergia às proteínas do leite de vaca ou da soja, usadas em sua fabricação. Nos adultos, o camarão é queixa frequente.

A alergia a amendoim e castanhas no geral tem crescido muito em crianças e adultos.

O que é o teste cutâneo ou Prick Test?

É um método diagnóstico de alergia seguro e geralmente indolor. Deve ser realizado pelo médico especialista que, após história clínica e exame físico, determinará quais substâncias podem ter importância no quadro clínico e, portanto, deverão ser avaliadas.

O desconforto pode ocorrer pelo prurido (coceira) localizado na área do teste, no caso da reação positiva.

Na maioria das vezes, é realizado no antebraço após higiene local com algodão e álcool. O resultado é obtido em 15 a 20 minutos e a reação positiva consiste na formação de uma pápula vermelha, semelhante a uma picada de mosquito. Esta reação indica presença de IgE específica ao alimento testado. Algumas vezes, torna-se necessário realizar o teste com o próprio alimento in natura.

Em algumas situações, o teste cutâneo pode ser substituído pela dosagem de IgE específica no sangue. São elas: necessidade de uso diário de anti-histamínicos (antialérgicos), não disponibilidade de material para teste, presença de eczema severo ou história sugestiva de reação intensa (reação anafilática) a determinado alimento. Muitas vezes, o alergista realiza as duas formas de avaliação para ter maior segurança no diagnóstico.

Em nossa Clínica realizamos o Prick Test e você pode agendar seu horário aqui.

Como tratar a alergia alimentar?

Até o momento, não existe um medicamento específico para prevenir a alergia alimentar. Uma vez diagnosticada, são utilizados medicamentos específicos para o tratamento dos sintomas (crise), sendo de extrema importância fornecer orientações ao paciente e familiares para que se evite novos contatos com o alimento desencadeante.

As orientações devem ser fornecidas por escrito visando a substituição do alimento excluído e evitando-se deficiências nutricionais até quadros de desnutrição importante, principalmente, nas crianças.

O paciente deve estar sempre atento verificando o rótulo dos alimentos industrializados buscando identificar nomes relacionados ao alimento que lhe desencadeou a alergia. Por exemplo, a presença de manteiga, soro, lactoalbumina ou caseinato apontam para a presença de leite de vaca. Todas as orientações devem ser fornecidas aos pacientes e familiares.

O paciente que apresenta reação a determinado alimento poderá um dia voltar a ingeri-lo?

Geralmente as alergias a leite, ovo e soja são resolvidas até a adolescência. O teste cutâneo permanece positivo apesar do aparecimento da tolerância ao alimento. A sensibilidade ao amendoim, nozes, peixe e camarão raramente desaparece.

O seguimento é realizado com a dosagem de IgE sérica específica (no sangue) periodicamente. Quando os níveis começam a diminuir é o momento de testar se a alergia está resolvendo. Este teste é chamado de teste de provocação oral.

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