Esofagite Eosinofílica
O que é a Esofagite Eosinofílica?
A esofagite eosinofílica é uma doença cada vez mais reconhecida que pode surgir a qualquer momento entre a infância e a idade adulta jovem; ela ocasionalmente se manifesta em idosos.
A causa da esofagite eosinofílica é provavelmente uma resposta imunitária a antígenos alimentares em pacientes com suscetibilidade genética; os alergênios ambientais também podem desempenhar algum papel. Inflamação esofágica crônica não tratada pode por fim levar a estreitamento e estenose esofágica.
Sintomas
Lactentes e crianças podem apresentar recusa alimentar, vômitos e/ou dor torácica.
Em adultos, a impactação alimentar esofágica é, às vezes, a primeira manifestação e a maioria dos pacientes tem disfagia. Podem ocorrer sintomas da doença do refluxo gastresofágico (DRGE), como azia.
Os pacientes muitas vezes também apresentam manifestações de outros distúrbios atópicos (p. ex., asma, eczema, rinite alérgica).
Diagnóstico
O diagnóstico da esofagite eosinofílica pode ser desafiador, já que os sintomas muitas vezes se confundem com refluxo gastroesofágico (DRGE). Veja os principais passos:
Quando os sintomas de refluxo não melhoram após o uso de inibidores da bomba de prótons (tratamento antiácido por cerca de 2 meses).
Em adultos com impactação alimentar (quando o alimento “trava” no esôfago).
Em casos de dor torácica não cardíaca ou disfagia persistente.
Exames principais
Endoscopia digestiva alta com biópsia:
É o exame mais importante. O diagnóstico é confirmado quando a análise histológica mostra infiltração de mais de 15 eosinófilos por campo de grande aumento.Durante a endoscopia, podem ser vistos:
Sulcos lineares
Estenoses
Anéis concêntricos (“esôfago em traqueia” ou “esôfago de felino”)
Exsudatos brancos
Perda da vascularização normal
Esofagografia com bário:
Pode mostrar anéis, estreitamento difuso do esôfago ou áreas de estenose.
Investigação de alergias alimentares
Como a EEo tem forte associação com hipersensibilidade alimentar, muitas vezes é necessário identificar possíveis gatilhos. Para isso, podem ser realizados:
Prick test alérgico com alimentos: detecta reações mediadas por IgE, comuns em alergias alimentares imediatas.
Patch test atópico com alimentos: útil para reações tardias não mediadas por IgE, que também podem estar envolvidas.
Dietas de eliminação podem ser usadas de forma complementar para avaliar melhora dos sintomas.
Atenção importante
Nem toda infiltração eosinofílica é esofagite eosinofílica.
Pacientes com sintomas predominantemente de refluxo devem primeiro realizar o tratamento clínico antes da endoscopia com biópsia.
Tratamento
- Corticoides tópicos
- Dieta de eliminação
- Às vezes, dilatação esofágica
Em adultos, normalmente administram-se corticoides tópicos para tratar esofagite eosinofílica. Os pacientes podem usar um inalador multidose de fluticasona (220 mg) ou budesonida (180 mg) 30 minutos antes do café da manhã e 30 minutos antes do jantar; eles pulverizam o fármaco na boca sem inalar e então o engolem. Budesonida (várias doses) misturada com um espessador (mais frequentemente um substituto ao açúcar) e ingerida 30 minutos antes do café da manhã e 30 minutos antes do jantar também pode ser misturada em uma suspensão e engolida. Eles são administrados por 8 semanas para determinar a eficácia. Se o paciente alcançar a remissão com essa terapia, ela é frequentemente continuada indefinidamente.
Tentam-se também mudanças na dieta, que geralmente são mais eficazes em crianças do que em adultos; alérgenos alimentares identificados por meio de testes são eliminados da dieta ou os pacientes podem seguir uma eliminação dietética pré-especificada ( Alimentos permitidos nas dietas de eliminação*).
Os pacientes com estreitamentos importantes podem precisar de dilatação esofágica cuidadosa utilizando um balão ou dilatador esofágico; realizam-se múltiplas dilatações progressivas cuidadosas para ajudar a evitar lacerações ou perfurações esofágicas.